Estão abertas as candidaturas à 5ª edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade, que conta com o apoio da EGF. Esta iniciativa tem como objetivo distinguir e premiar os projetos que mais contribuem para uma sociedade mais sustentável.
As candidaturas podem ser feitas nas categorias de Ambiente, Social e Governação.
Este é o momento de destacar o impacto dos seus projetos e contribuir para um futuro mais sustentável.
Mais informação disponível em https://sustentabilidade.negocios.pt/premio/,
3ª edição do Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão
Premiados quatro projetos originais que fazem a diferença em prol do ambiente
A 3ª edição do Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão distingue quatro projetos originais que têm em comum fortes preocupações ambientais, mas também sociais.
Este ano, além de uma nova Big Changer ou “agente de mudança”, o Movimento, que reconhece pessoas e projetos que fazem a diferença em prol do ambiente, distingue também o trabalho desenvolvido por uma start-up, uma associação e uma empresa.
Nova Big Changer quer reflorestar território com espécies nativas
A nova Big Changer do Movimento Faz Pelo Planeta, Sónia Pina, bióloga de formação, criou o projeto “Nativawaky - Florestas para todos”, que promove a plantação de miniflorestas com espécies nativas com o objetivo de impulsionar a reflorestação sustentável e a biodiversidade.
O projeto segue o método do botânico japonês Miyawaki que, além de ser facilmente aplicável, garante inúmeros benefícios: três metros quadrados de solo é o mínimo necessário para criar uma minifloresta nativa. As florestas Miyawaki crescem até 10 vezes mais rápido, são 30 vezes mais densas e contêm 100 vezes mais biodiversidade. São livres de químicos e manutenção após os primeiros três anos. Este método tem uma taxa de sucesso de 97%.
A Nativawaky contabiliza já 3.780 plantas autóctones plantadas, sete miniflorestas de espécies nativas criadas em Portugal e um total de 1.260 metros quadrados de área total terrestre em regeneração, envolvendo cerca de 2.000 pessoas que ajudam a "magia" a acontecer.
“Tudo aquilo que tenho feito é reflexo da minha vontade intrínseca e sistémica de querer contribuir para restabelecer o equilíbrio dos ecossistemas, por mais pequenos que sejam”, sublinha Sónia Pina. O prémio tem um valor de 2.500 euros.
“Kitchen Dates” é a startup vencedora
“Kitchen Dates”, um projeto de literacia alimentar, é o vencedor na categoria Startup. Os cofundadores, Maria Antunes e Rui Catalão, estão focados na luta contra o desperdício alimentar, que está na origem de 6% do total de emissões de gases com efeito de estufa à escala global.
“Deste número verdadeiramente assustador, a fatia mais significativa acontece mesmo em nossas casas - porque comprámos mais do que aquilo de que precisávamos, porque nos esquecemos daquela alface no fundo do frigorífico ou pura e simplesmente porque preparámos comida a mais e já não nos apeteceu comer”, descrevem.
O projeto Kitchen Dates pretende alertar para a emergência climática, que obriga todos a assumir um papel mais ativo e promove a mudança para uma alimentação de base vegetal e sem desperdícios. Com presença regular em ações de sensibilização nas escolas, já envolveu mais de 3.500 participantes nas suas atividades e sentou à mesa mais de quatro mil pessoas.
Maria Antunes e Rui Catalão querem ajudar pessoas e organizações a adotar práticas mais sustentáveis. São autores do podcast "Próprio para Consumo" e durante a pandemia lançaram a “Sopa Solidária”. Aproveitaram vegetais que já não seriam comercializados para a confeção de sopa, que a Junta de Freguesia de Carnide distribuiu por famílias com baixos rendimentos. O prémio para a Startup vencedora tem um valor de 7.500 euros.
ONG premiada transforma “Monstro Lixo” em arte
O projeto de sensibilização ambiental “Monstro Lixo”, dinamizado pela Associação Comercial e Industrial de Vila do Conde, junto dos alunos da Escola Profissional da cidade, é o vencedor na categoria Associação/ Organização Não Governamental (ONG).
Os resíduos recolhidos pela comunidade escolar transformam-se em peças de arte gigantescas, jogos ou outras atividades lúdicas em contexto de aula. O resultado é apresentado ao público sob a forma de exposições, atividades lúdicas, workshops ou palestras.
“A cada ano um tema diferente é abordado e novos monstros e atividades são criados. O projeto aborda um tema complexo e muitas vezes visto como negativo, como o lixo, em algo divertido e inspirador”, descreve Amauri Alves, o dinamizador deste projeto, que já recebeu vários prémios e participou num evento da UNESCO no Brasil.
Ao criar monstros artísticos a partir de materiais reciclados, o “Monstro Lixo” atrai a atenção e desperta a curiosidade, tornando a mensagem ambiental mais acessível e memorável. O projeto é replicado em diferentes contextos, nomeadamente junto de alunos de escolas públicas na cidade de Santos no Brasil, contribuindo para a disseminação de uma cultura mais sustentável em todo o mundo. O prémio tem associado um valor de 5.000 euros.
Get2C convida a “Viagem pelo Clima”
A Get2C é a premiada na categoria “Empresas” pelo projeto de sensibilização e educação “Viagem Pelo Clima”. Trata-se de uma competição desenvolvida no âmbito do Cooler World - um movimento criado com o objetivo de informar e inspirar a população rumo à neutralidade carbónica e a uma vida mais sustentável.
A iniciativa pretende criar o maior impacto positivo possível na comunidade, mobilizar para a urgente transição climática, contribuir para a mobilização dos municípios portugueses no caminho da descarbonização e demonstrar a influência dos estilos de vida de cada pessoa na sua pegada de carbono e pegada hídrica, analisando o impacto que as escolhas diárias têm no planeta, desde o transporte à alimentação, passando pelo consumo de água.
“Ao ser reconhecida como um Corporate Changer, a Get2C pode amplificar esta mensagem e inspirar outras empresas a adotarem práticas sustentáveis e a criarem iniciativas semelhantes que envolvam todos, sem deixar ninguém para trás”, resume Maria João Ramos, da Get2C.
As ações desenvolvidas no âmbito do projeto incluem, por exemplo, um concurso de ideias e a realização de uma Miniconferência do Clima (Mini COP), para alunos do 7º ao 12ª ano, que conta com 80 equipas participantes. A empresa vencedora será premiada com um reconhecimento atribuído pelo “Movimento Faz Pelo Planeta by Electrão”.
“Nesta 3ª edição, o Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão voltou a distinguir o dinamismo e a criatividade. Esperamos que esta iniciativa continue a identificar projetos valiosos que ajudam a proteger a nossa casa comum de forma original”, refere o CEO do Electrão, Pedro Nazareth.
O Electrão quer dar continuidade a esta dinâmica de inspirar os portugueses e conquistar mais agentes para a causa da sustentabilidade. O Movimento Faz Pelo Planeta está a construir uma comunidade de projetos, que são exemplos de como é possível pensar globalmente e agir localmente.
Projetos que já estão a mudar o planeta
Foi em 2021 que o Electrão iniciou a procura de “big changers”, de forma a provar que os gestos individuais podem fazer a diferença, e descobriu exemplos extraordinários: Lídia Nascimento, tradutora de inglês-alemão, que há mais de 20 anos recolhe lixo das praias, foi a grande vencedora da 1ª edição do Movimento Faz Pelo Planeta, que atribuiu ainda menções honrosas a Carlos Dobreira e Miguel Lacerda.
Na 2ª edição, foram premiados três projetos: “Oiá Plast”, de Isabel Bourbon, que reaproveita o plástico para transformá-lo em novos produtos feitos à mão; “Vintage For a Cause”, lançado por Helena Antónia, que aplica o conceito de Economia Circular aos têxteis, e “Rotaeco”, um projeto liderado por Cláudia Severino, que capacita os jovens para a sustentabilidade.
O Movimento Faz pelo Planeta tem o contributo de influenciadores já conhecidos nestas áreas: Ana Milhazes (Lixo Zero), Catarina e Rita Leitão (Zero Plástico), Catarina Matos (Mind the Trash), Gonçalo de Carvalho (SCIAENA), Joana Guerra Tadeu (Ambientalista Imperfeita), Inês Soares (Nononovo), Catarina Barreiros (Do Zero), Eunice Maia (Maria Granel) e Andreas Noe (“The Trash Traveller” - o Viajante do Lixo).
A iniciativa tem o alto patrocínio do Presidente da República e tem como parceiros governamentais a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto Português do Desporto e Juventude. Entre os parceiros associativos e empresariais estão a Centromarca; Corpo Nacional de Escutas; Conselho Nacional de Juventude; Deco Proteste; EGF; ESGRA; Lidl Portugal; Liga dos Bombeiros Portugueses; Quercus; Startup Portugal e Veolia.
Sobre o Electrão
O Electrão – Associação de Gestão de Resíduos é a entidade responsável por três dos principais sistemas de recolha e reciclagem de resíduos: embalagens, pilhas e equipamentos elétricos usados. Gere uma rede de recolha de equipamentos elétricos e pilhas usadas com mais de 13.000 locais de recolha dispersos por todo o território nacional e é também responsável pela reciclagem de embalagens em todo o país. A sua principal missão é assegurar a reciclagem dos resíduos recolhidos, contribuindo para a minimização do impacto ambiental e para um reaproveitamento dos materiais que os constituem promovendo a economia circular. Desenvolve diversas campanhas de comunicação e sensibilização com o objetivo de promover uma maior consciencialização ambiental e uma mudança de comportamentos, de que se destacam o Quartel Electrão, a Escola Electrão, o TransforMAR e o Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão.
Um estudo pioneiro sobre o tratamento dos Resíduos Sólidos Municipais (RSM) do Algarve, promovido pelo CICEE - Centro de Investigação em Ciências Económicas e Empresariais, em parceria com a Universidade do Algarve e com o apoio da Algar, empresa do grupo EGF, destaca os desafios que o turismo tem na gestão de resíduos nesta região.
Reunindo investigadores de 5 instituições universitárias de Portugal e dos Estados Unidos, o estudo “As implicações da atividade turística na região do Algarve para a gestão de Resíduos Urbanos” revela a necessidade urgente de definir soluções sustentáveis para enfrentar o impacto ambiental e económico causados pela elevada sazonalidade turística nesta região do país.
Conclui que em 2023 o Algarve registou 29 milhões de dormidas, das quais 82% ocorreram na época alta o que gerou uma pressão significativa nos serviços de gestão de resíduos. Durante o mês de agosto, o turismo foi responsável por 41% da produção de resíduos, equivalente a 3,6 kg por pernoita, ou seja, mais do que o dobro da produção per capita dos residentes locais.
A produção de resíduos na época alta tem também impacto económico, uma vez que o custo total de gestão de resíduos foi de 81,3 milhões de euros em 2023, com custos médios significativamente superiores na época alta, chegando a 436 €/tonelada para resíduos indiferenciados, comparados aos 147 €/tonelada na época baixa.
Analisando também o desempenho na gestão de resíduos, o estudo revela que atualmente mais de 80% dos resíduos municipais do Algarve são depositados em aterros, enquanto as taxas de reciclagem e reutilização ficam abaixo de 15%, dado que estão muito abaixo das metas definidas pela União Europeia para 2035 (que indicam 65% de reciclagem e reutilização e um máximo de 10% para aterros a nível nacional).
Para dar resposta ao impacto e desafios da gestão de resíduos no Algarve em época alta, o estudo do CICEE identificou a necessidade de implementar medidas, que também visam cumprir as metas definidas pela União Europeia e promover uma economia circular e práticas sustentáveis para a região:
Numa primeira fase, passa pela caraterizar da relação entre o turismo e a gestão de resíduos, analisado a produção de resíduos sólidos municipais pelo turismo, diferenciando fontes e tipos de resíduos, desenvolvendo modelos estatísticos e económicos para estimar custos associados à sua gestão e avaliando as tarifas diferenciadas e alternativas de financiamento, como tarifas, impostos turísticos e outras opções que possam financiar práticas sustentáveis de gestão de resíduos.
Numa segunda fase, a implementação de um projeto-piloto, em 2025, para otimizar a gestão de resíduos, como circuitos de recolha dedicados através do envolvimento de stakeholders regionais, como ALGAR, AMAL, ATR, operadores turísticos, hotéis e restaurantes, e o desenvolvimento de indicadores de desempenho ambiental, social e de sustentabilidade para monitorizar o progresso e a adaptação de soluções às necessidades locais.
Numa terceira fase, alargar as medidas testadas com sucesso no projeto-piloto a toda a região do Algarve e promover a sustentabilidade a longo prazo, através da monitorização contínua dos indicadores regionais de recolha de resíduos e o desenvolvimento de indicadores específicos para monitorizar melhorias anuais.
Para o investigador e Professor Eduardo Cardadeiro, coordenador do estudo, “O turismo é fundamental para a economia do Algarve, mas precisamos de assegurar que o seu crescimento não comprometa o desenvolvimento sustentável da região, pelo que o desenvolvimento deste estudo é um passo importante para alinhar as práticas e necessidades locais com as metas ambientais europeias".
O estudo “As implicações da atividade turística na região do Algarve para a gestão de Resíduos Urbanos” foi apresentado hoje, num encontro promovido pela Algar, em Vilamoura.
Estudo promovido pelas entidades:
Sobre a Algar, S.A.
A Algar - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A., é a empresa responsável, no Algarve, pelo sistema integrado de recolha seletiva, transferência, triagem dos materiais destinados à reciclagem, aproveitamento energético do biogás produzido em aterro sanitário, compostagem de resíduos verdes e o tratamento dos resíduos urbanos depositados em aterro sanitário, produzidos nos Municípios de Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António.